Em 2018, o casal de brasileiros Carlos (35 anos, do mercado financeiro) e Larissa (32 anos, consultora na área de “change management”) se mudou de São Paulo para Chicago – ele, para fazer MBA na Chicago Booth (University of Chicago); ela para fazer mestrado na Northwestern University. Em 2020, assim que alugaram este apartamento de 92m2, no 41º andar de um edifício em Downtown Chicago, eles encomendaram um projeto de decoração à arquiteta Guta Louro, que é irmã de Carlos e atualmente se divide entre o escritório próprio em São Paulo, o @GutaLouroDesigns, e o escritório americano @SpliceDesign, com filial em Nova Iorque, Atlanta e Austin. “Eles queriam que o apartamento tivesse um ar leve e moderno, mas sem abrir mão de conforto. Apesar de não gostarem de cozinhar, como eles curtem receber amigos em casa para jantar, era importante ter uma mesa que acomodasse confortavelmente seis pessoas. Pela mesma razão, a sala deveria ter várias opções de assentos, entre poltronas, pufes e um sofá também confortável”, conta a arquiteta. “Embora os dois gostem de casa colorida, ambos manifestaram preferência por tons mais suaves”, acrescenta ela.
Como o apartamento é alugado e os novos inquilinos não sabiam quanto tempo ficariam nele, eles não queriam investir em itens que tivessem dificuldade de levar para um eventual novo endereço. Por isso, o foco do projeto foi em deixar a sala linda, confortável e receptiva. Já o quarto do casal foi tratado como um ambiente secundário no projeto, recebendo apenas objetos decorativos, almofadas e colchas que poderiam ser facilmente transportados para um futuro lar.
A inspiração da arquiteta para o conceito do projeto foi a vista do pôr-do-sol do apartamento, que é deslumbrante. “A forma como o pôr-do-sol invade o espaço e penetra nos ambientes, além da serenidade que este momento e seus tons trazem, me convenceram de que a paleta de cores alegres e suaves que os clientes queriam deveria, de alguma forma, complementar essa transição entre o final do dia e o início da noite. Afinal, os clientes queriam exatamente este clima ‘unwinde, come together and relax’ em casa, com uma pegada mais cozy”, explica a arquiteta
Na decoração, que segue um estilo bo-ho chic, é tudo novo. O casal se mudou para os EUA sem nenhum móvel. Em função da pandemia, que fez os preços dos móveis saltarem e baixou os estoques porque não havia meios de fabricar para repor, os prazos de entrega acabaram norteado a seleção das peças, considerando, claro, o estilo e as cores especificados no projeto. “Os clientes precisaram comprar tudo a toque de caixa porque os estoques se esgotavam de um dia para o outro. Foi uma loucura”, lembra Guta. “A poltrona peluda é a minha queridinha, perfeita para uma cidade onde o frio reina. Os dois pufes laranjas, que foram os últimos itens a chegar no apartamento, também são um ponto importante na sala, pois eles trazem cor e deixam o ambiente mais descontraído, sem perder a elegância”, revela Guta.
“Nosso maior desafio neste projeto foi, sem dúvida, a pandemia. As escolhas dos móveis foram totalmente online, sem a possibilidade de ver amostras de tecidos e cores ao vivo e ainda por cima com a incerteza das entregas e das medidas que recebemos da construtora. Foi a primeira vez que fiz um projeto 100% remoto. Felizmente, no final deu tudo certo”, finaliza a arquiteta.
Fotos: Denilson Machado