Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, uma pessoa comete suicídio a cada quatro segundos no mundo, e no Brasil, é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Baseados nesses dados e após pesquisa, iniciada pela estudante de design Luisa Urfali, aprofundada no assunto e baseada em diversos estudos-referência de psicólogos e neurocientistas, a estudante, sensibilizada com o resultado, que mostrava o quarteto responsável pela felicidade humana – os hormônios dopamina, serotonina, oxitocina e endorfina, ativou seu interesse pelo bem-estar das pessoas. Com a possibilidade de ajudar a pensar em uma solução para o problema e ciente das atividades que aumentam a produção desses hormônios, Luisa criou o Banco Público, que lhe rendeu o prêmio chinês de novos talentos do design Shenzhen Design Award for Young. O banco, que pode ser utilizado de diferentes formas, permitindo que as pessoas se sentem, se encostem e até se deitem, como preferirem, foi concebido, então, para se tornar um ponto de interação e permanência nos principais locais das grandes cidades, capaz de atrair a atenção e curiosidade.
“Potencializar a produção desses hormônios é chave para as pessoas se sentirem melhor. E eles podem ser ativados conversando, abraçando, dançando. Explorei isso”, explica a jovem designer, concluindo que existem maneiras de ativá-los intencionalmente.
O desenho é abstrato, remetendo ao sinal gráfico do batimento cardíaco e à onda da voz humana, e rende homenagem à identidade arquitetônica de Curitiba, de estruturas metálicas tubulares brancas – como é o caso do Jardim Botânico, da Rua 24 horas, da Ópera de Arame.
Entre os dez premiados da categoria revelação do prêmio, Luisa é a única representante das Américas e de um país ocidental, ao lado dos italianos de Turim Raffaele Passaro e Sara Ceraolo. Ao todo foram 428 projetos inscritos. Além do reconhecimento, a estudante curitibana ganha R$ 10 mil e foi convidada para ir à China em abril para participar da cerimônia de entrega dos prêmios. Orientaram o trabalho os designers Mauricio Noronha, Rodrigo Brenner e Riorgior Ranger.
Luisa cursa o segundo ano de Design na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e é egressa do curso de especialização em design do Centro Europeu — “Soluções de impacto para o futuro”, com curadoria do premiadíssimo Furf Design Studio.
O projeto deve ser apresentado ainda neste ano para investidores e representantes da Prefeitura de Curitiba, que podem aproveitar a oportunidade para integrar a invenção ao mobiliário urbano já existente.
“O suicídio pode ser prevenido na maioria das vezes. O primeiro passo é falar, desmitificar e deixar essa dor mais leve”, defende a futura designer.
Imagens: Luisa Urfali/Divulgação
Fonte: www.gazetadopovo.com.br/haus/design/estudante-design-mobiliario-urbano-evitar-suicidio/