Paredes verdes azuladas e teto laranja para um consultório médico

Após a pandemia, a médica alergologista Alessandra Santos, 35 anos, precisou se adaptar às consultas on-linee decidiu transformar o antigo escritório do tio (13m2), no apartamento em Ipanema que pertencia à sua avó, em seu novo espaço de trabalho. Para esta missão, ela convocou o amigo de infância Richard de Mattos, que é arquiteto e hoje comanda o escritório Pílula Arquitetura (@pilula.arquitetura), com a sócia Maria Clara Carvalho. “A Alessandra nos pediu para modernizar o cômodo, mas ela queria preservar ao máximo os elementos da arquitetura, a marcenaria e os móveis existentes, como a mesa de trabalho, a estante e a cadeira. Afinal, tudo isso remetia às suas memórias familiares”, conta Richard. “Até o sofá modular conseguimos aproveitar, depois de fazer algumas adaptações no tamanho para encaixar melhor no novo layout do espaço”, acrescenta Maria Clara.

Como o ambiente seria usado exclusivamente para consultas on-line e a médica não tinha planos de fazer nenhum tipo de procedimento médico no espaço, os arquitetos contam que tiveram mais liberdade para brincar com as cores. “Queríamos sair do óbvio dos consultórios brancos, enfeitados com orquídeas”, explica Richard. Diante da limitação de orçamento e do prazo curto para fazer a transformação do cômodo, a dupla preferiu focar em um novo projeto de iluminação e investir na técnica de contrastes harmoniosos, ou seja, cores opostas no círculo cromático. Com isso, as paredes e a estante foram pintadas no mesmo tom verde azulado (cor Aventura do Oceano, da Suvinil) para trazer aconchego, enquanto o teto ganhou uma cor mais saturada, em tom alaranjado (cor Flor de São João, da Suvinil). Na ambientação, foram usados objetos vintageshospitalares, como dosadores, garrafas de medicamentos e tubos de ensaio, para trazer um ar de nostalgia.

Outro destaque do projeto é o imenso quadro branco fixado na parede em frente à estante, que os arquitetos costumam usar em todos os projetos de home office (independente da profissão), já batizado por eles de “quadro dos pensamentos”.

“Foi uma delícia fazer parte de um projeto tão pessoal e íntimo para uma amiga de infância. Me sentia parte daquilo tudo por conhecer a história da Alessandra desde sempre. Afinal, estudamos juntos dos 7 aos 15 anos no mesmo colégio, no Rio”, conclui o arquiteto Richard de Mattos.