Como uma técnica criada pelos egípcios e hoje mundialmente reconhecida, o patchwork virou obra de arte. Esse trabalho feito com retalhos chegou ao Brasil na década de 1960, quando foi descoberto por estilistas e decoradores, e ganhou força apenas a partir dos anos 1990. Agora toda a criatividade de artesãos brasileiros e norte-americanos poderá ser conferida na 16ª edição da “Patchwork Design”, que reúne uma feira especializada do setor têxtil e a “Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil”, entre os dias 31 de março e 2 de abril, no Clube Monte Líbano, no Rio.
A “Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil” vai apresentar 78 trabalhos de 44 artistas (36 artistas norte-americanos e oito brasileiros). Segundo Zeca Medeiros, curador da exposição, “a técnica está tão sofisticada que de longe os trabalhos parecem pintura, quase todas abstratas, mas quando se chega perto pode se ver as costuras e isso surpreendente o espectador”.
O desastre ambiental de Mariana, ocorrido no ano passado em Minas Gerais, será tema das obras de artesãs brasileiras. Cláudia Dias apresenta os trabalhos “Nada Vive”, “Contaminação” e “Mortem”, onde ela retrata sua indignação com o uso de forma predatória da natureza. Jane Leonetti retrata a mesma tragédia com a obra “Fragmentos da vida, sonhos e lama” e Maria Lúcia Ázara mostra a obra “Tributo ao Rio Doce” (foto de capa).
O meio ambiente também está presente na obra da americana Christina Brown, formada em Gravura e Design Gráfico pela Universidade de Washington, em Seattle. Ela combina o seu amor por cores e pela natureza para criar sua arte têxtil, usando as mídias digitais junto com desenho, pintura, impressão, tingimento e feltragem.
“Lady’s Patch” – Fátima Maia – painel
Outra participante da mostra é a artista Sidnee Snell. O trabalho de Sidnee faz parte de coleções particulares e está exposta em galerias, museus e mostras locais, nacionais e internacionais, incluindo o Quilt Nacional 2003. Ann Johnston, uma das mais conceituadas artistas plásticas especializadas em tingimento de tecido nos EUA, também integrará a exposição apresentando parte de seu trabalho produzido em arte têxtil por mais de 30 anos.
Segundo o curador Zeca Medeiros, “a exposição que completa 16 anos é importante para se fazer uma distinção entre peças utilitárias e obras de arte”. O evento apresenta também uma feira de serviços e produtos que oferece desde a matéria-prima até produtos acabados nos 45 estandes de expositores da indústria têxtil, como maquinários, livros, revistas, tecidos e produtos prontos. De acordo com a organização do evento, estão sendo esperados cerca de 9 mil visitantes, 20% a mais que em 2015.
A 16ª edição da feira “Patchwork Design” pretende reunir micro, pequenas e grandes empresas com os lojistas e o consumidor final a fim de alavancar direta e indiretamente o volume de negócios do setor.
De acordo com Zeca Medeiros, o mercado cresceu tanto que desde 2011 a Patchwork Design passou a acontecer também em São Paulo. Em 2016 estão sendo esperados cerca de 20 mil visitantes nas duas cidades, 20% a mais que em 2015 e um faturamento de mais de R$ 6 milhões.
“In the Jungle” – Patchwork Desbbie Mumm – EUA
O curador da exposição também destaca que a feira recebe visitantes de todo o Brasil e da América Latina e que já existe um projeto de investimento para implantá-la em mais uma cidade no Brasil. Atualmente ela acontece em São Paulo, entre os dias 10 a 12 de março, e no Rio de Janeiro de 31 de março a 2 de abril.
SERVIÇO:
16ª. Patchwork Design / Exposição Contemporâneo
Curadoria: Zeca Medeiros
31 de março a 2 de abril
Clube Monte Líbano – R. Borges de Medeiros, 701 – Lagoa – RJ
Ingresso: R$ 24,00 inteira /R$ 12,00 meia
Horário: 13h às 19h
Site: http://www.bializ.com/patchworkdesign/exposicao-2016.php