“Quando entrei nesse apartamento pela primeira vez ele estava bem destruído, mal dividido, mas consegui ver o potencial que ele tinha e várias características que gosto muito em apartamentos antigos”, informa a arquiteta Paula Scholte, responsável pelo projeto de reforma e decoração desse apartamento de 95m2, localizado no Leblon, Rio de Janeiro.

Paula optou por manter  o piso de taco e as sancas decorativas, mas derrubou o máximo de paredes para integrar os ambientes. A sala cresceu bastante, integrando o primeiro quarto e eliminando o corredor e foi composta com móveis soltos e versáteis, para, no futuro,  se ter mais opções  de mudar as coisas de lugar e  experimentar novas composições.

 

    

 

“A cozinha era super apertada, escura, com uma ventilação ruim e pouco espaço de bancadas. Quando demolimos as paredes me deparei com uma tubulação de águas pluviais do prédio, que não podia ser mexida. Então optei por deixar aparente e pintar de preto, combinando com o estilo da decoração e das luminárias da sala de jantar. Para a cozinha escolhi um piso lindo estampado que acho que faz uma relação bacana do antigo com o novo. E para as paredes o tijolinho preto. Acho que os tons escuros não escurecem o ambiente, e sim dão mais vida aos elementos coloridos que colocamos na frente”. complementa a arquiteta.

A área de serviço ficou escondida por trás do painel de entrada, que Paula chamou de “passagem secreta”. O banheiro era um só, bem amplo, que foi demolido e transformado em dois, uma para o quarto  e o outro servindo de banheiro social.

 

“Nos quartos mexi menos, mas quebrei a parede entre eles e tirei os armários embutidos para criar um closet para meu quarto. No segundo quarto criei um ambiente de escritório e ateliê de arte para minhas criações.  Acredito que a casa conta a história de quem mora nela. É uma coleção do que os moradores amam. Na minha casa várias peças têm significados especiais e memórias afetivas. Eu amo viajar e trazer um pouquinho da experiência para casa. Adoro garimpar em feiras e mercados locais. Dá vontade de trazer tudo! Sempre dou um jeito de caber na mala!

Meu quadro preferido, por exemplo, eu trouxe do Cambodia. Só de olhar para essa pintura me vem sensações muito boas, lembrando da energia tão especial daquele lugar e dos momentos únicos que vivi lá.  Também tenho objetos de família. O baú, por exemplo, era da minha bisavó, que nasceu na França e veio para o Brasil trazendo parte da bagagem dentro dele. Outros objetos em destaque na parede foram de uma tia querida e da minha avó. Ela era pianista, me ensinou a tocar várias músicas, que resolvi emoldurar e compor na decoração. ” finaliza Paula Scholte do escritório @paulascholte.studio.

Fotos: Sambacine